sábado, 4 de dezembro de 2010

O sumiço e a morte (VI)

  Uma das revoltas de Henry é a perda da mãe, que ainda não se sabe a forma em que morreu, pois o corpo não foi encontrado.
  Quando ele nasceu, seu pai já não estava por perto, sumiu meses antes, sabe-se pela mãe que o pai era um bom marido, trabalhador, carinhoso, mas fugiu antes de Henry nascer, depois que foi embora, ficaram apenas Stella e Henry naquela casa minúscula alugada, com rachaduras, com menos de 5 cômodos, empoerada. Stella uma mãe exemplar, muito bonita, simpática, educada, companheira, sentimental, não muito esperta, teve uma vida muito sofrida desde criança, mas suportou. A casa mantida com seu emprego em um estacionamento, que não era grande coisa, já que o salário era apenas para o aluguel e para alimentação, que não era das melhores. Esforçada batalhadora, nunca deixava o filho para traz, dando amor, educação, segurança e felicidade apesar de pobres.
  Uma vez quando estava a varrer no seu trabalho, avistou vários livros infantis e alguns um pouco mais avançados no canto do estacionamento, não sabia de quem era então deixou lá até chegar seu horário, como ninguém voltou para buscá-los ela juntou nos meios dos braços e levou para sua casa.
  Apesar da ignorância, ela sabia ler, não muito bem, mas sabia, então mostrou às letras, as sílabas, as palavras, as frases, os texto, os livros para seu filho ate que ele aprendeu a ler, lia muito bem e gostava disso, sua mãe não tinha situação econômica para comprar livros novos, mas ela rodava aquela cidade atrás de livros, e os encontravam, e levava novamente para casa, onde era lido pelo filho, diferentes de outras crianças, ele não implicava com a mãe por ela obrigá-lo à ler, ele era pequeno, mas entendia a razão de ler, e também achava a mãe a pessoa mais exemplar e fazia tudo o que ela pedisse.
  Matemática, realmente sua mãe não sabia, mas desvendou as contas, formulas, figuras apenas com um ou dois livro que ela havia encontrado, ele os lia quando ficava sozinho em sua casa à espera da volta da mãe, que estava no trabalho ou à procura de novos livros, esse era o melhor presente que ela podia dá-lo.
  Não tinha condições de estudar, mas com 12 anos começou a trabalhar, ajudava na coleta de lixo e com o dinheiro a mãe pediu para ela pagar uma escola, a mais simples, mas isso contarei mais pra frente, pois ele não trabalhou nem dez dias e nem chegou a estudar, acontecimentos o impediu.

                                                                              <Fim do 6° capitulo>

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